É gostoso de assistir e de se pegar imaginando: “será que eu faria isso?” ou “isso é a minha cara”. Afinal, não é só um lado que sofre pelas crises de relacionamento. Minha Vida em Marte é um filme que conversa com você, faz com que todos possam se identificar e se colocar no lugar da Fernanda, seja homem ou mulher. Em relação à qualidade técnica, o filme mantém os padrões brasileiros e não é nada “novo” ou surpreendente, apenas bom. Outro problema fica por conta da filha do casal, a Joana ( Marianna Santos), que poderia ser melhor explorada no decorrer do filme, principalmente em relação à consequências dos acontecimentos, que aparentemente não deixaram sequelas em uma criança de 8 anos. O filme, por ter mais orçamento e possibilidades que a peça em que é baseado, nos leva das praias do Rio de Janeiro à Times Square, mas peca com cortes e passagem de tempo que poderiam ser melhor feitos. O filme segue mostrando as decisões de Mônica em relação a sua vida, amor e aventuras, conseguindo arrancar boas risadas e tendo seus momentos “vergonha alheia”, típicos de filme nacional, o que já é um marco e não necessariamente ruim. A relação dos protagonistas é feita de forma fluida e despretensiosa, que a impressão que fica é que vemos dois amigos em cena. É interessante perceber que a química entre Mônica Martelli e Marcos Palmeira não se mantém tão bem, os dois não casam - com o perdão do trocadilho - 100% em seus papeis quanto antes, porém podendo ser o artifício utilizado para dar a sensação de desconforto tanto quanto os próprios personagens têm. A dinâmica entre Paulo e Mônica é maravilhosa de se assistir, assim como no primeiro filme. O amigo acompanha na sua saga, sendo ora o anjo ora o diabo no ombro em questão de conselhos. Nessa busca, Fernanda conta novamente com a ajuda do seu melhor amigo e sócio Aníbal ( Paulo Gustavo), que está presente na sua vida há anos. Fernanda representa inúmeras pessoas com problemas conjugais que buscam a salvação para os seus relacionamentos ou, dependendo da situação, a sua busca por si mesmos. O que fazer quando um relacionamento já não é o mesmo? Sendo continuação da comédia Os homens são de Marte… e é pra lá que eu vou e baseada na peça de mesmo nome, Minha Vida em Marte mostra o dilema em que Fernanda ( Mônica Martelli) enfrenta em com seu casamento com Tom ( Marcos Palmeira), uma história de amor que durou oito anos, após o fim do primeiro filme, mas acabou por encontrar barreiras para a manutenção da felicidade. “Ninguém casa para se separar, é para ser para sempre”
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December 2022
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